quarta-feira, 5 de junho de 2013

A carta de pero vaz de caminha

A Viagem de Pero Álvares Cabral

Fala que o rei Dom Manuel I; entusiasmado com o sucesso da viagem de Vasco da Gama, que retornou a Portugal em 1499 levando a noticia de que era possível chegar ao oriente contornando a áfrica pelo mar; organizou uma grande frota que tinha como objetivo tentar conquistar o monopólio do comercio de especiarias e construir uma feitoria na Índia.
A frota, cujo comando foi entregue a Pedro Álvares Cabral, teve como contribuidores financeiros banqueiros genoveses e florentinos, que estavam interessados no sucesso dessa viagem, para a preparação da mesma.
Disserta sobre a viagem de Vasco da Gama e os lugares percorridos “por ela”. Fala que o rei Dom Manuel nomeou Vasco da Gama “Almirante-mor da Índia”, por descobrir o caminho marítimo para as Índias.
Fala do pouco que se sabe sobre Pedro Álvares Cabral, duvida dos reais motivos da nomeação do mesmo como “capitão-mor” e comenta que depois de voltar a Portugal não teve mais participações em outras expedições e que, por volta de 1520, morre sem perceber que ajudara a revelar ao mundo um novo continente.
Fala que, durante a viagem, foi feito um desvio, que tinha como objetivo escapar das calmarias, e que durante o mesmo ocorreu o descobrimento do Brasil. Diz que não existem documentos que comprovem que Cabral teria a intenção de se dirigir ao Brasil, mas, sem duvidas, os portugueses já sabiam da existência de terras a oeste das ilhas de cabo verde. Cabral oficializou a posse, em 1494, com o tratado de Tordesilhas, que foi um acordo firmado entre Portugal e Espanha.
No inicio os portugueses não se interessaram pelas terras brasileiras, pois pensavam que não havia ouro nem pedras preciosas. Na época a prioridade era o comercio, de especiarias, com o oriente. Apenas após trinta anos que Portugal se interessaria realmente pelo Brasil.

A Importância das Especiarias

Fala da importância das especiarias na vida política, na economia e na culinária européia.

Uma Viagem Acidentada

Diz que, para os supersticiosos, a expedição de Cabral as Índias começou com um mal pressagio: a nau de Vasco de Ataíde desaparece duas semanas após a partida da frota. São feitas buscas, mas, Vasco de Ataíde não é encontrado.
Fala que, após saírem do Brasil, Cabral e sua frota encontraram muitas dificuldades e que ao atravessar passagem do cabo das tormentas, a frota foi dispersada por causa de uma tempestade que também causa naufrágios e mortes, dentre elas a morte de Bartolomeu Dias, o primeiro navegador a contornar o temível cabo das tormentas.
Diz que, o cabo das tormentas é retratado como o gigante Adamastor, pelo poeta Luis Vaz de camões, em “Os Lusíadas”.
Fala que, no dia 16 de dezembro de 1500, uma frota, que estava ancorada em Calicute, foi atacada. Nesse ataque morreram mais ou menos cinquenta portugueses, dentre eles pero Vaz de caminha. Cabral bombardeou a cidade durante dois dias, como vingança.
Logo após, Cabral, partiu com destino ao reino de Cochim, na Índia, onde lhe foi concedida permissão para carregar seus navios com especiarias. Na data de 16 de janeiro de 1501, após montar a feitoria, partiu para Lisboa aonde chegou no dia 21 de julho, com menos da metade da tripulação e 4 embarcações, somente. No caminho é encontrada uma flotilha de três navios, enviada pelo rei para tomar posse definitiva da terra recém-descoberta. Nesta flotilha está Américo Vespúcio, florentino cujo nome seria usado para nomear o novo continente.
A Frota de Cabral

Comenta que a frota, comandada por Cabral, era composta por 13 embarcações, uma naveta de mantimentos, 9 naus e 3 caravelas.
O capitão-mor, Pedro Álvares Cabral, não tinha grande experiência como navegador, mas, na verdade, era mais como um comandante militar da armada. As embarcações estavam nas mãos de capitães e pilotos experientes; como Diogo dias, Nicolau Coelho, Sancho de Tovar (vice-comandante da frota) e Bartolomeu Dias, entre outros.
Fala da incerteza sobre a quantidade exata de tripulantes, mas, estima-se que fossem entre mil e duzentos e mil e quinhentos. Para impressionar e aterrorizar os indianos, havia muitos soldados a bordo, pois, o rei havia decidido enviar uma frota poderosa em relação a armas. A bordo, havia também um grupo de eclesiásticos que tinham a finalidade de estabelecer relações com os cristãos que eventualmente vivesse no oriente e divulgar o cristianismo. Seu líder era o, franciscano, frei Henrique de Coimbra. Alguns degredados, comuns em viagens desse tipo, foram deixados no Brasil, dentre eles Afonso ribeiro, que daria importantes informações, após ser resgatado um ano e meio depois, sobre a terra brasileira.
Explica como são as embarcações citadas; as naus, as caravelas, batéis e esquifes; e dá suas características básicas.
A “terra do Brasil”

Diz que pouco tempo depois da viagem de Cabral, a nova terra passou a ser chamada de “terra do Brasil”, uma referencia ao pau-brasil. Fala que o pau-brasil era uma árvore abundante do litoral desde rio de janeiro até o rio grande do norte. Comenta que quando levado a Europa, era transformado em pó para tingir tecido de vermelho ou púrpura, cores de muito valor na época.
Comenta a possível origem do nome Brasil, que segundo alguns estudiosos era brasa.
Diz que o nome “Brasil” pode ter origem na mitologia celta, já que nela existia uma ilha paradisíaca chamada “Hy Brazil”, que segundo a lenda teria sido visitada pelo monge irlandês, do século VI, são Brandão. Essa ilha despertou o interesse de muitos navegadores ao longo dos séculos, chegando até a ser representada em vários mapas importantes. Era representada perto da Irlanda.


Pero Vaz de Caminha

Comenta o pouco que se sabe sobre Pero Vaz de Caminha. Diz que, caminha, nasceu por volta de 1450, na cidade do porto. Fala que o pai de caminha era funcionário da coroa e que Pero Vaz, em 1496, é confirmado, por dom Manuel, no cargo de mestre da balança da moeda do porto. Elogia seus conhecimentos e sua escrita. Diz que, em 1500, foi nomeado contador e escrivão da feitoria que seria instalada na Índia por Cabral, mas, morre em dezembro, do mesmo ano, vitima do ataque dos árabes em Calicute.
Diz que dos três textos que conhecemos sobre o descobrimento do Brasil a carta de Pero Vaz de Caminha é o mais interessante e mais vivo. Diz que é o único que analisa com atenção o comportamento indígena e a simpatia inegável que Caminha revela pelas mulheres e homens, que encontra no Brasil, permite que o vejamos como um exemplo de humanista da época, tolerante com costumes diferentes dos seus, intelectualmente curioso e honesto em suas afirmações, não hesitando em revelar as duvidas que a observação dos fatos provoca, algumas vezes.
Comenta os outros dois textos sobre o descobrimento do Brasil. Sendo eles: A carta de mestre João e o documento conhecido como “Relação do piloto anônimo”.
Comenta que a carta de Caminha foi levada, junto a várias outras, a dom Manuel por Gaspar Lemos. Foi guardada nos arquivos oficiais da torre do tombo e só foi reaberta e publicada no ano de 1817, por Manuel Aires do Casal, historiador português.
No inicio do seu relato, Caminha nos informa que Pedro Álvares Cabral e os outros capitães também escreveram cartas ao rei. Porém, nenhuma delas foi encontrada até hoje.

A Arte Portuguesa Testemunha a Gloria das Navegações

Fala sobre o mosteiro de nossa senhora de Belém, mais conhecido como mosteiro dos Jerônimos, ter em seu interior: as sepulturas do rei e sua família e as cinzas de Vasco da Gama. Diz que este mosteiro se localiza na praia do restelo, perto de Lisboa de onde partiam os navios.
Comenta sobre o convento de cristo, em tomar, no centro do país. Diz que sua decoração de portas e janelas com elementos marinhos e náuticos é um exemplo típico da arte manuelina. Diz que este local era sede militar de onde partiu o impulso dos descobrimentos.

A Sociedade Portuguesa nos Painéis de São Vicente

Fala sobre o retábulo de são Vicente, que foi pintado por Nuno Gonçalves e encomendado por Afonso V. Foi pedido para marcar os triunfos militares de Afonso V na África. Nele são encontrados representantes de diferentes camadas da sociedade portuguesa.
Neste retábulo são representados: os trabalhadores, a religião, a monarquia, as autoridades eclesiásticas, os militares e também as relíquias de São Vicente, atrás, é possível ver um judeu mostrando a tora, o livro que contém os ensinamentos do judaísmo. Os estudiosos acreditam que a presença do judeu pode ser uma referência ao espírito de tolerância religiosa da corte de Afonso V.
Fala que o terceiro painel, representação da corte, é possível ver Rei Afonso V ajoelhando-se diante de São Vicente, que segura um livro aberto. Em frente ao Rei está também de joelhos a Rainha Isabel e ao lado direito do mesmo está seu filho. Atrás do filho está Dom Henrique tio de Afonso V, que já havia falecido na época em que o quadro havia sido pintado. A sua existência na pintura pode ser interpretada como uma homenagem ao “navegador” por seu empenho pelo desenvolvimento da navegação em Portugal.
Comenta brevemente a vida de São Vicente, patrono de Lisboa.

A Era das Grandes Navegações

Comenta que a posse oficial do Brasil, foi um ótimo “final” para o grande século das navegações portuguesas.
Fala das conquistas marítimas de Bartolomeu Dias e Vasco da Gama.
O conhecimento português sobre rotas marítimas e sobre a arte da navegação atraia navegadores de toda a Europa.
Um exemplo é Cristovão Colombo, genovês, que ficou por vários anos em Portugal, sempre tendo contato com navegadores. Ele tinha a intenção de chegar as Índias sempre navegando na direção oeste.
No ano 1492, apoiado pela coroa espanhola, Colombo pode realizar sua viagem, porém, não descobriu o caminho para as Índias, mas sim um novo continente – a América.
As viagens marítimas portuguesas propiciaram não apenas o desenvolvimento comercial, mas também, a ampliação do conhecimento humano sobre o próprio planeta, desfizeram superstições e mitos sobre monstros marinhos e sobre a inviabilidade de existir vida no hemisfério sul.
Os portugueses não só provaram que era possível navegar por todo atlântico, mas também que os territórios do hemisfério sul eram férteis, verdejantes e habitados.

Duas Viagens Extraordinárias

Portugal disputava com a Espanha o domínio do atlântico. E foi com o apoio da coroa espanhola que foram realizadas duas das mais importantes viagens desse período.
A primeira foi a viagem de Cristovão Colombo, a descoberta da America.
A segunda foi realizada por Fernão de Magalhães, em novembro de 1520. Fernão morreu lutando no atual arquipélago das filipinas. A viagem prosseguiu sob o comando de Juan Sebastian de Elcano, que regressou a Espanha em 1522. Essa viagem comprovou a esfericidade da terra.

Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei dom Manuel
No início da carta, Pero Vaz de caminha relata que assim como o capitão-mor da frota e assim como os outros capitães, escreveram ao rei informando sobre a nova terra e se comprometendo a escrever apenas o que viu e aconteceu.
Ele relata que a partida de Belém foi na segunda-feira, 9 de março, passando entre Canárias, viram as ilhas de Cabo verde (ou ilha de São Nicolau). Ao amanhecer de uma segunda-feira, se perderam da frota Vasco de Ataíde com sua nau, sem haver tempo forte. O capitão fez o possível para achar a nau, mas não conseguiu.
Tentou então fazer o próprio caminho até que no dia 21 de abril, terça-feira de oitavas de Páscoa, eles toparam com alguns sinais de terra, enxergavam ervas compridas que eram chamadas de Botelho e de rabo-de-asno. E na quarta do dia seguinte de manhã encontraram aves, que chamam de fura-buchos, uma espécie de gaivota. Do monte alto, o capitão pôs o nome de Monte Pascoal e deu a terra o nome de Terra de Vera Cruz.
Nisso surgiu à primeira vista de que possuía pessoas nesta terra. Com batéis, chegaram próximo a terra e viram sete ou oito homens. O capitão-mor envia Nicolau coelho em um batel para ver o rio, assim que chegaram à boca do rio viram que eram mais de vinte homens, que eram pardos e estavam nus. Nicolau Coelho deu aos índios um barrete vermelho e uma carapuça de linho que levava a cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio e outro deu-lhe colar grande de continhas brancas, miúdas, que pareciam de aljôfar.
Na noite seguinte, ventava com fortes chuvas e isso fez com que os portugueses escolhessem um abrigo mais seguro, eis que encontraram na costa: “um recife com um porto dentro, muito bom e seguro, com uma mui larga entrada.” Adiante da carta, Pero Vaz de Caminha escreve que levara para os barcos dois destes homens, com seus arcos e flechas. Fizeram uma festa, e todos começaram a reparar nos costumes destes dois, com beiços de baixo furados e metidos neles ossos, sem atrapalhar a fala ou comer e beber. Eles não fizeram sinal de cortesia, nem de falar ao capitão. O mais relevante foi de um deles apontar para a terra e depois para o colar do capitão, que era de ouro. Repetiu o mesmo gesto ao ver o castiçal de prata, isso dava a entender que a terra possuía essas riquezas. Mostraram papagaio e acenaram para terra, ao contrário do carneiro, que nem fizeram caso... Quando mostraram a galinha, quase tiveram medo dela, não lhe queriam por a mão e quando fizeram isso ainda continuaram espantados com este animal. Deram pão, peixe cozido, mel, figos passados, mas nada quiseram, muito menos vinho.  Um deles viu contas de rosário brancas e pediu para que desse, depois sinalizando que na terra dele havia ouro, sendo assim a primeira barganha feita no nosso país.

Sábado, pela manha, ancoraram e deixaram ir os dois homens com alguns pertences (contos, camisas) juntamente com seus arcos e flechas. Junto com os dois foi também Afonso Ribeiro, um mancebo degredado para lá andar com eles e saber do seu viver e maneira se Pero Vaz de Caminha foi com Nicolau Coelho.

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